O video-game de última geração, a boneca com vestido cor-de-rosa, a bicicleta, a viagem para a Disney. Qual pai ou mãe nunca se esforçou para realizar o desejo de um filho? Júnior, 4 anos, também tem um sonho. Quer ir para a China, mas não para passear, brincar ou encontrar personagens de desenhos animados. Ele vai atrás da chance de poder levar uma vida normal, como qualquer criança da idade dele. Júnior é portador de paralisia cerebral. Ele não anda, não fala, não escuta. Sem controle do próprio corpo, não consegue sentar, segurar objetos, erguer a cabeça. A esperança de ter uma qualidade de vida melhor está num tratamento com células- tronco embrionárias oferecido no país oriental. Só que os custos com a terapia, passagens e outros gastos básicos são altos para o padrão de vida da família: R$ 150 mil. Alcançar esse valor é a meta que os pais de Juninho se determinaram a cumprir desde o ano passado, quando receberam a confirmação do laboratório chinês de que ele poderia fazer o tratamento. Desde então, lançaram uma campanha para arrecadar fundos para tornar o sonho de Júnior possível.
Rita e Djair estão arrecadando recursos para tratar o filho, que sofre de paralisia cerebral Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Djair Teodósio Júnior nasceu prematuro, no final do 6ª mês de gestação, em 10 de agosto de 2006, numa maternidade particular do Recife. Apesar do nascimento precoce, apresentava boa saúde e foi colocado na incubadora apenas para ganhar peso. No oitavo dia de internação, teve início o drama da criança. ´Nesse dia, percebi que ele estava diferente. Não abria mais os olhos e estava com um soluço muito forte. Na verdade, era o começo de uma convulsão que deu início a um coma profundo que durou 53 dias`, relembrou a mãe, Rita Teodósio, 40.
Confira no site da clínica Beike as doenças tratáveis com o transplante de células tronco
Júnior havia pego uma bactéria dentro do hospital que desencadeou os sintomas. Quando acordou do coma, já não era mais o mesmo. Foi para casa e, com o passar dos meses, os sinais da paralisia ficaram ainda mais evidentes.
O diagnóstico foi dado numa clínica de Rondônia, onde a família foi morar por causa do emprego do pai, o engenheiro agrônomo Djair Teodósio, 45. Desde o 5º mês de vida, Júnior roda o país em busca de alternativas para seu problema. Faz tratamentos neurológico e fisioterapêutico no hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, e na AACD, no Recife, e auditivo num centro especializado em Natal.
O que pode dar a Júnior perspectivas melhores de vida é o tratamento com células-tronco. Os pais dele conheceram a terapia graças à experiência de Clarinha, a bebê recifense que se tornou a primeira do país a fazer o transplante na China e que teve sua história contada pelo Diario.
Assim como os pais de Clarinha, Rita e Djair arregaçaram as mangas para levantar o dinheiro para as oito aplicações que Júnior precisa fazer. Em Rondônia, promoveram uma feijoada para 400 pessoas e organizaram três leilões de animais doados por vizinhos e amigos. O dinheiro arrecadado foi suficiente para pagar as passagens de Júnior, dos pais e do intérprete que fará a tradução do inglês para o português e os 45 dias de internamento. Ainda faltam recursos para as necessidades básicas, como alimentação e transporte, durante o tempo que ficarão no país.